Mia Couto | O autor e a obra

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Nem só de autores portugueses vive a literatura de língua portuguesa. Pois é, a lusofonia faz-se sentir também no meio artístico, e são diversos os autores que, não sendo portugueses, têm levado o nosso idioma mais além. Um deles é Mia Couto, que hoje apresentamos.

Fig. 1 - O autor, Mia Couto

Mia Couto é o pseudónimo de António Emílio Leite Couto, nascido no ano de 1955 na Beira, em Moçambique. Curiosamente, o escritor escolheu o nome ''Mia'' devido à sua paixão por gatos. Com apenas catorze anos, começou a ver os seus poemas serem publicados num jornal regional e, desde então, tem dedicado grande parte da sua vida à escrita. Ainda assim, o autor tem exercido outras profissões, tais como a de jornalista, professor e biólogo.

Mas concentremo-nos na sua imensa vocação para a literatura. Afinal, Mia Couto é o autor moçambicano mais traduzido e conta já com inúmeros prémios literários. Um deles, com que foi agraciado em 2013 pelo presidente português Aníbal Cavaco Silva, é o importante Prémio Camões, mas muitos outros teriam vindo a distingui-lo desde 1999, ano em que recebeu o Prémio Vergílio Ferreira.

A obra literária deste escritor é variada, pois já passou pelo romance, pelo conto, pela poesia e até pela crónica, e em todos eles é capaz de nos encantar com a mesma genialidade. Mia Couto é ainda conhecido pela sua capacidade criativa de inventar trocadilhos linguísticos, de dar à luz novas palavras da língua portuguesa. Em cada livro, e logo desde as primeiras palavras, o autor consegue transparecer o seu sentido de humor. Vejamos os cómicos títulos de algumas obras… ''Jesusalém'', ''Pensageiro Frequente'', ''Pensatempos - textos de opinião'' ou ''Estórias Abensonhadas''.

Fig. 2 - Os livros do autor

E, para finalizar, deixamos um bonito excerto textual em que Mia Couto nos fala sobre a sua relação com a religião.

        " Sou um ateu não praticante. Sou alguém que nem sequer precisa de pensar que tem de acreditar em alguma coisa. Os deuses estão dentro de mim e revelam-se quando estou no estado de comunhão e a beleza faz-me ver o lado divino. Sou religioso nesse sentido etimológico da palavra, de estar religado ao mundo e de encontrar, dentro de mim, essas pontes que me ligam ao resto do  mundo."

Por tudo isto, vale a pena ler Mia Couto!

Ana Margarida Simões, 12ºLH

Referências Bibliográficas:

Wikipedia. (2015, junho 1). Mia Couto. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto

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