Racismo ou a perfeição no mundo?...
ETAPAS DO CÉU
I
O Princípio
Procuro os fundamentos em mim própria
Mas torna-se impossível desvendá-los.
Estão envoltos por um casulo de medos,
Olhares provocantes e sentimentos exacerbados
Que me derrubam de ansiedade.
Espero e temo.
As verdades e as mentiras
Vagueiam de mãos dadas com a minha alma.
Sorrisos incertos, palavras sonhadas,
Obras do destino que suas linhas tece.
Choros incessantes de lágrimas de vidro,
Vaidades pálidas e caras escondidas...
II
Reino I
Não sei o que sinto
Pois não sei quem sou.
Estou só no vale vazio da vida.
Ninguém espera por mim...
Nem as ervas param
Mexem-se, mexem-se, como se quisessem andar,
Correr pelos campos!
Mas... ah! Para correr é preciso viver!
E eu vivo, mas não corro pelos campos...
III
Reino II
Não temas a morte...
Ela chegará quando não tiver mais olhos p’ra te ver...
Quando a vida nos tirar a sorte
Gritará da colina mais alta
E virá até nós
Que estamos em nós.
Ficarão os sonhos, as recordações,
Inscritos nas lápides do tempo,
Que cruelmente nos dizem que...
Nunca poderemos viver a vida até ao fim!
IV
O Fim do Céu
Contemplo a maior hipérbole que existe:
O fim do céu!
Nele vagueiam nuvens
Carregadas de beijos que faltaram dar entre os Homens...
Desfilam, suavemente, perante nós
Na melancólica tortura dos Deuses.
Vão chorá-los ao mar
Onde ficam, bem no fundo dos oceanos.
Ao lado, velhos veleiros
Que outrora ligaram cores sem preconceitos!
Mara Gonçalves
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