dos números à simbologia de saber / sabor popular
Vivemos rodeados de
símbolos.
Resíduos de
mistérios, crenças ou rituais antigos, os símbolos vivem e convivem connosco
nas interpretações e relações que, intencional ou inconscientemente,
estabelecemos entre imagens, gestos, objetos, números... e a realidade que nos
invade a mente e a vida.
Enraizados na
cultura e na sociedade onde crescemos e nos construímos, os símbolos afetam-nos
ou não, consoante a nossa capacidade de discernimento e racionalização. Sem nos
deixarmos inebriar pela milenar carga fantástica e mágica que, muitas vezes,
transportam, podemos permitir que nos seduzam, que nos estimulem a
sensibilidade e a imaginação e nos sugiram leituras e interpretações das
experiências e vivências quotidianas capazes de harmonizar o interior de cada
um de nós.
Talvez tenha sido este aspeto que os manteve vivos na memória coletiva, na voz e no saber popular. Entre os muitos símbolos que povoam a nossa cultura, quisemos dar particular relevo à simbologia dos números.
Talvez tenha sido este aspeto que os manteve vivos na memória coletiva, na voz e no saber popular. Entre os muitos símbolos que povoam a nossa cultura, quisemos dar particular relevo à simbologia dos números.
Sem pretender
qualquer exploração exaustiva quer dos números com maior ocorrência, quer da
sua interpretação simbólica, escolhemos
- o número 2, símbolo de oposição /
conflito, é o número de todas as ambivalências. Simboliza o dualismo, por
antagonia (uma rivalidade, uma oposição) ou por reforço (uma imagem dupla
multiplica o seu valor simbólico);
- o número 7, universalmente o
símbolo de uma totalidade em movimento (ideia implícita, também nos seus
múltiplos e derivados). Considerado o número da conclusão cíclica e da sua
renovação (sete dias tem o ciclo semanal, sete são os graus da
perfeição...), o 7 comporta uma ansiedade pelo facto de indicar a passagem
do conhecido para o desconhecido: a um ciclo que se encerra, o que se
seguirá? Dele dizia Hipócrates que, "pelas suas virtudes escondidas,
mantém no ser todas as coisas; dá vida e movimento";
- e
o número 1000, que possui um significado
paradisíaco, é a imortalidade da felicidade: os dias da árvore da vida eram de
mil anos; mil anos viveriam os justos; Adão deveria ter vivido mil anos... se não tivesse pecado.
Foram, talvez, interpretações como estas, ou muitas outras possíveis, que mantiveram os números tradicionalmente presentes na expressão de sentimentos mais íntimos ou nas críticas mais brejeiras.
Foram, talvez, interpretações como estas, ou muitas outras possíveis, que mantiveram os números tradicionalmente presentes na expressão de sentimentos mais íntimos ou nas críticas mais brejeiras.
As quadras foram
gentilmente cedidas pelo professor Paulo Melo, que as selecionou de entre as
inúmeras que integram o seu trabalho de recolha e compilação.
Para saber mais
sobre símbolos e mitos, da nossa ou de outras culturas, visite a BritannicaEncyclopedia ou consulte o Dicionário dos Símbolos.
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