nas páginas da História: lembrar o passado, pensar o presente

                           

Criação da PIDE


         A PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) foi o órgão policial de Portugal que trabalhou em conjunto com a Legião Portuguesa. Fez parte de uma série de organismos da força pública, criados em sequência, desde a origem da República em Portugal.
         Estabelecida em plena época do Estado Novo, sob a direção de António de Oliveira Salazar, a sua principal função foi condicionar, controlar e anular qualquer tipo de manifestação que fosse considerada como opositora à ditadura, recorrendo frequentemente a meios violentos, como a tortura.

         A PIDE, instituição de caráter secreto, permaneceu em Portugal entre 1945 e 1969, passando, na chamada “Primavera Marcelista”, a designar-se Direcção Geral de Segurança. Possuía, enquanto órgão ativo, funções bastante abrangentes, nomeadamente nos setores dos serviços estrangeiros, fronteiras e na segurança do Estado, vindo a desempenhar também funções de caráter administrativo e de repressão e prevenção criminal.

A PIDE foi responsável por alguns crimes sangrentos, como o assassinato do militante José Dias Coelho e do general Humberto Delgado.





Testemunho real:
     “A 13 de Março de 1962, eu e mais alguns colegas meus fomos presos pela PIDE… Eu não imaginava, não sabia o que era uma prisão... Logo na primeira semana, estivemos cinco dias amarrados dentro da cela, sem alimentação, sem nada, só água... Depois foi a tortura física,... Na minha idade, com 15 anos, não pouparam o meu físico, levei muita porrada. Resisti… Depois de um mês de interrogatórios estive isolado, dois anos. Havia momentos em que falava sozinho, para ouvir a minha voz… Passada uma semana, voltaram a interrogar-me. Disseram-me que eu só tinha dito mentiras e recomeçaram. Passei mais 60 dias de interrogatório. Foi terrível... terrível… Assisti à morte de cinco a seis presos por dia… Dia sim, dia não punham-me de joelhos, em cima de pedras, com os braços abertos, de manhã à noite, mas eu nada revelei... Uma médica que me assistiu aconselhou que os agentes dos serviços prisionais não me batessem mais porque poderia morrer. Que pretendiam de mim? Que desvendasse os nomes dos elementos de um partido local.”
              (Declarações de um prisioneiro guineense no tempo da guerra em África, inseridas no artigo «A PIDE existiu. E torturou.», in Diana Andringa, Público, 16-04-1994, p.21)      
                                                        
Páginas eletrónicas consultadas
·         http://www.historiadeportugal.info/pide/
·         http://www.infopedia.pt/$pide-(policia-internacional-e-de-defesado;jsessionid= a4Ew3FOe0L0u49Z+jRou4w__
·         http://lusofonia.com.sapo.pt/literatura_portuguesa/PIDE.htm


Inês Cera (12ºLH)

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