Walt Whitman
... a ler
Walt Whitman nasceu a 31 de maio de 1819 em Nova Iorque e
foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos
como o "pai do verso livre". Foi também considerado o grande poeta da
Revolução americana.
Walt Whitman, é descendente de ingleses e holandeses e
quando tinha apenas quatro anos, sua família mudou-se para Brooklyn, onde
frequentou até aos onze anos uma escola oficial, trabalhando depois como
aprendiz numa tipografia.
Em 1835 trabalhou como impressor em Nova Iorque e entre o verão
de 1835 e o ano de 1838do ano seguinte começou a ensinar em East Norwich, Long
Island. Entre 1836 e 1838 deu aulas e de 1838 a 1839 editou o semanário “Long
Islander”, em Huntington. Voltou ao ensino depois de participar como jornalista
na campanha presidencial de Van Buren (1840-41).
Em Maio de 1841 regressou a Nova Iorque, onde trabalhou
novamente como impressor.
Entre 1842 e 1844 editou um jornal diário. Regressou a
Brooklyn em 1845, e durante um ano escreveu para o “Long Island Star”,
tornando-se de seguida editor do “Daily Eagle” de Brooklyn, lugar que ocupou de
1846 a 1848.
Em fevereiro desse ano partiu com o irmão Jeff para Nova Orleães,
onde trabalhou no “Crescent”. Deixou Nova Orleães em maio do mesmo ano,
regressando a Brooklyn através do Mississippi e dos Grandes Lagos.
Em 1855, para horror
dos familiares, Whitman parou de trabalhar. Ao longo de meses, passou as manhãs
encerrado no quarto, escrevendo; o resto do tempo ficava passeando à beira do
mar ou sentado na grama, olhando para o céu. Foi nesse estado semelhante à possessão
e à embriaguez que ele completou a primeira versão de ”Folhas de Erva” ("Leaves
of Grass"), publicada com seus parcos recursos naquele mesmo ano,
disponível na Biblioteca Escolar Clara Póvoa.
A edição original continha 12 enfáticos poemas – entre eles,
“A Canção de Mim Mesmo”, a mais longa e célebre composição de Whitman. Relato
de uma epifania compartilhada, numa mistura de prosa e poesia que pareceu
chocante à época, a “Canção” começa com o poeta filosofando com displiscência
enquanto se espreguiça num gramado, ao sol do verão; espécie de super-homem
ocioso, apresenta - se como “Walt Whitman, um grosso, um cosmos”.
Os versos deste livro eram livres, longos e brancos,
imitando os ritmos da fala.
A primeira edição da obra mais importante da sua carreira,
não mencionava o nome do autor, e continha apenas 12 poemas e um prefácio.
A obra poética de Whitman centra-se na coletânea “Folhas de
Erva” ("Leaves of Grass"), dado que ao longo da sua vida o escritor
dedicou-se a rever e completar aquele livro, que teve oito edições durante a
vida do poeta.
No verão seguinte foi publicada a segunda edição de “Folhas
de Erva” ("Leaves of Grass"), em 1856, ostentando na capa o nome do
seu autor. O livro foi recebido com entusiasmo por alguns críticos, mas mal
recebido pela maioria, o que, contudo, não impediu Whitman de continuar a
trabalhar em novos poemas para aquela coletânea.
A segunda edição de “Folhas de Erva” ("Leaves of
Grass") era composta por 32 poemas, intitulados e numerados. Entre eles
encontrava-se “Poem of Walt Whitman, an American”, o poema que haveria de se
chamar "Song of Myself" (“Canto de Mim Mesmo”).
Entre a primavera de 1857 e o verão de 1859 Whitman editou o
“Times” de Brooklyn, sendo publicada a 1860, em Boston, a terceira edição da
sua obra. Contudo, a editora foi à falência em 1861 e a edição, que continha
154 poemas, foi pirateada.
Entre 1863 e 1864 trabalhou para o Exército em Washington,
DC como voluntário em hospitais militares. Regressou a Brooklyn doente e com
marcas de envelhecimento prematuro causadas pela experiência da guerra civil.
Trabalhou posteriormente como funcionário do Departamento do
Interior (1865) e publicou em maio desse ano o livro "Drum-Taps", que
continha 53 poemas sobre a guerra civil e a sua experiência nos hospitais
militares. No mesmo ano foi despedido pelo Secretário James Harlan, por este
ter considerado “Folhas de Erva” ("Leaves of
Grass") indecente.
Em 1867 foi publicada a quarta edição de “Folhas de Erva” ("Leaves
of Grass"), com 8 novos poemas. No ano seguinte saiu em Londres uma seleção
de poemas de Michael Rossetti, intitulada "Poems by Walt Whitman".
A quinta edição de “Folhas de Erva” ("Leaves of
Grass"), em1870/1871, teve uma segunda tiragem que incluía "Passage
to India" e mais 71 poemas, alguns dos quais inéditos.
Depois de publicar "Democratic Vistas", Whitman
viajou para Hannover, New Hampshire. Na Faculdade de Dartmouth leu "As a
Song Bird on Pinions Free", posteriormente publicado com um prefácio. Em janeiro
de 1873, Whitman sofreu uma paralisia parcial. Pouco depois morreu a mãe e o
escritor deixou Washington para se fixar em Camden, New Jersey, com o irmão
George.
Em 1876 surgiu a sexta edição de
“Folhas de Erva” ("Leaves of Grass"), publicada em dois volumes.
Em agosto de 1880, Whitman reviu as provas da sétima edição de “Folhas de Erva”
("Leaves of Grass"), que sob ameaças do Promotor Público teve de suspender
a distribuição do livro.
A edição só foi retomada dois anos mais tarde por Rees Welsh
e depois por David McKay. Incluía 20 poemas inéditos e os títulos definitivos e
uma ordem dos poemas revista. Em 1882 foi ainda publicado o livro
"Specimen Days and Collect".
Os últimos anos de vida de Whitman foram marcados pela pobreza,
atenuada apenas pela ajuda de amigos e admiradores americanos e europeus.
Em 1884, Whitman adquiriu uma casa em Camden, New Jersey. Em
1888, sofreu um novo ataque de paralisia e viu publicados 62 novos poemas sob o
título "November Boughs". Ainda nesse ano foi publicado
"Complete Poems and Prose of Walt Whitman".
A oitava edição de “Folhas de Erva” ("Leaves of
Grass") apareceu em 1889, e no ano seguinte o escritor começou a preparar
a sua nona edição, publicada em 1892.
Whitman morreu no dia 26 de março de 1892 e foi sepultado em
Camden, New Jersey.
Cinco anos depois, em 1897, foi publicada em Boston a décima
edição de “Folhas de Erva” (“Leaves of Grass”).
Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do homem
moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco
convencionais. Na sua obra “Folhas de Erva” ("Leaves of Grass"),
Whitman exprime em poemas visionários um certo panteísmo e um ideal de unidade
cósmica que o Eu representa. Profundamente identificado com os ideais democráticos
da nação americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América.
Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das
citações inseridas no enredo do filme “Sociedade dos Poetas Mortos” que foi
distinguido com vários prémios.
No fim do filme, os
alunos mostram seu apoio à Keating recém-demitido em desafio contra o diretor
da escola, chamando a frase na sala de aula.
Na série “No Fim do Mundo”, alguns poemas de “Folhas de
Erva” (“Leaves of Grass”) são lidos na rádio local, originando uma disputa
entre o locutor e o proprietário da rádio a propósito das supostas inclinações
sexuais de Whitman e da conotação sexual da obra.
Fernando Pessoa
escreveu um poema de nome "Saudação a Walt Whitman".
"Introduziu
uma nova subjetividade na conceção poética e fez da sua poesia um hino à vida.
A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a ideia de totalidade se
traduziu no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana
posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português
Fernando Pessoa."
Boas leituras!
Luísa Torres
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