Os sonhadores do futuro


[modos de ver e de ouvir]


Tomorrowland é o nome de um filme de ficção científica e aventura estreado no verão passado, dirigido por Brad Bird e protagonizado por George Clooney e Britt Robertson.


Bird, que já recebeu dois óscares na categoria de melhor filme de animação com “ The Incredibles” (2004) e o inesquecível “Ratatouille” (2008), dirigiu também um dos filmes da série “Missão impossível”, sendo uma personalidade internacionalmente reconhecida, pelo seu talento e versatilidade,  no mundo do cinema.

Em Tomorrowland, mergulhamos num mundo fantástico, onde nada é impossível. Casey, uma adolescente otimista, teimosa, desde criança fascinada pela ciência,e Frank Walker, um inventor amargo e rabugento, desencantado com tudo aquilo em que tinha sempre acreditado, juntam-se com o firme propósito de consertar o mundo que está prestes a ser destruído. Para isso, terão de ir até à terra do futuro, onde é necessário atuar. Foram escolhidos por Athena, uma criança-robô do futuro, de lindos olhos azuis, que nunca desistiu de procurar, pelo mundo, os sonhadores – génios apaixonados pela ciência, cheios de ideias e criatividade, capazes de ver aquilo que acreditam que existe, mas ainda não se vê. 

O filme exige ser visto com muita atenção no início, pois há saltos no tempo e no espaço, que poderão impedir a compreensão de alguns detalhes da ação. Por outro lado, os efeitos especiais são fantásticos: a terra do futuro, cheia de tecnologia, velocidade, luz, com piscinas suspensas, o foguetão a descolar do interior da Torre Eiffel. São cenas surpreendentes, perfeitamente enquadradas num filme deste género. Também o humor em alguns diálogos entre as personagens torna o filme leve e agradável.

O filme, embora pertença a um género de ação, apresenta alguns momentos comoventes, como a despedida de Frank e Athena. Percebemos, através das suas palavras, o forte laço que sempre os uniu e a tristeza do robô por não poder ter sentimentos. Afinal, no futuro, num mundo altamente robotizado, cheio de tecnologia, os sentimentos continuam a ser muito importantes. Esta diversidade – ação, humor, emoção – valorizam a história que, assim, não se esgota numa sucessão de cenas fantasiosas e irreais, mas que assume uma dimensão mais humana e, por isso, mais próxima do espetador.

Penso, pois, que Tomorrowland é um filme que vale a pena ver, por muitas razões. De uma maneira subtil e agradável, transmite uma mensagem muito positiva, com a qual concordo em absoluto: o otimismo pode vencer o desencanto e a amargura que, às vezes, as circunstâncias da vida provocam.

O otimismo é uma forma de esperança, de crença no futuro, que dá alento e força. A jovem Casey, com a sua alegria, confiança e energia, com a sua inteligência e lucidez convenceu o adulto e desencantado Frank Walker a lutar pelo mundo, a acreditar que havia uma solução. Ela própria afirmava em criança, observando as estrelas, cujo nome já sabia de cor, que um dia haveria de viajar até elas e, ao longo do filme, do princípio até ao fim, mostrou a mesma perseverança e determinação.

Por fim, é interessante também referir que o futuro é simbolicamente representado por Athena, uma criança, de olhar vivo, que nunca desistiu de encontrar sonhadores. É como se nos quisessem dizer algo que faz todo o sentido: é nas mãos dos mais novos e na sua capacidade de sonhar que está o futuro. 

Maria Bita, 12.º LH1


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