Philip Roth, um escritor controverso
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Fig. 1 - O escritor Philip Roth |
Philip Milton Roth nasceu em Newark, Nova
Jersey, a 19 de março de 1933. É um romancista norte-americano de
origem judaica, considerado um dos maiores escritores norte-americanos da
segunda metade do século XX. É conhecido pelas suas referências
provocadoras sobre a identidade judaica e americana. É considerado, por muitos
críticos, como um “agitador literário” (“literary troublemaker”).
Philip Roth cresceu junto com o seu irmão, Sandy, no seio de
uma família judaica da classe média. Iniciou a sua carreira literária ainda na
universidade. Após ter frequentado, por pouco tempo, a Universidade de Rutgers,
mudou para a Universidade de Bucknell, onde iniciou uma revista “Et Cetera”.
Alguns dos seus primeiros contos foram publicados nesta revista.
Após a graduação em 1954, Roth serviu durante algum tempo o
exército americano e mesmo como soldado, continuou a escrever.
Mais tarde frequentou a Universidade de Chicago.
Mostrando-se, desde cedo, um escritor controverso, Roth enfureceu um número de
leitores judeus com o conto “Defender of the Faith”, publicado no “ The New
Yorker”, em 1957. “Fui de repente rotulado de anti-semita, o que detestei toda
a minha vida e um anti judeu”, explicou Roth mais tarde ao “The New York Times”.
Muitas das suas obras refletem os problemas de assimilação e
identidade dos judeus dos Estados Unidos.
É conhecido sobretudo
pelos romances, embora também tenha escrito contos e ensaios.
Entre as suas obras mais conhecidas encontra-se a coleção de
contos “Goodbye, Columbus”(“Adeus Columbus”), de 1959 e a novela “Portnoy's
Complaint” (“O Complexo de Portnoy”), de1969, que o mergulhou numa profunda
controvérsia. Esta obra foi considerada escandalosa.
A sua “Trilogia Americana”, publicada na década de
1990, composta pelos contos “American Pastoral” (“Pastoral Americana”) (1997), “
I Married a Communist” (“Casei com um comunista”) (1998) e “ A Mancha Humana”
(“The Human Stain”), 2000.
Esta obra encontra-se
disponível na Biblioteca Escolar Clara Póvoa e é um romance avassalador e
completamente absorvente, não tem paralelo em nada do que Rolth jamais escreveu.
Grande parte da obra de Roth explora a natureza do desejo
sexual e a auto compreensão. A marca registrada da sua ficção é o monólogo
íntimo, dito com um humor amotinado e a energia histérica por vezes associada
com as figuras do herói e narrador de “Portnoy’s Complaint” (“O complexo de
Portnoy”), a obra que o tornou conhecido.
Recebeu o Prémio Pulitzer de Ficção por “American
Pastoral” (“Pastoral Americana”) em 1998. É conhecido sobretudo por
seu “outro eu”(“alter-ego”), Nathan Zuckerman protagonista de
diversos de seus livros.
É o único autor americano a ter as suas obras completas publicadas
em vida pela “Library of America”, que tem
como missão editorial preservar as obras consideradas como parte da herança
cultural americana.
Recebeu vários prémios ao longo da sua vida, entre os quais
o prestigioso Prémio “Internacional Man Booker” em 2011
e o 2012 Prémio Príncipe das Astúrias de
Literatura . Em outubro do mesmo ano, em entrevista à revista
francesa “Les Inrockutibles”, anuncia que abandona a carreira de escritor,
sendo “Nêmesis” o seu ultimo trabalho.
Numa rara entrevista exclusiva em vídeo ao Sabático, em
2010, o romancista Philip Roth fala da escrita, da preocupação com a morte e do
desejo de escrever um só livro até morrer.
“Quando Philip Roth disse à revista francesa “LesInrockuptibles” que abandonaria a literatura, em novembro de 2012 - “a verdade
é que cansei” -, a descrença foi generalizada. Certamente um romancista como Roth
não podia estar falando sério. Bem, ele estava.”
Luísa Torres
Para saberes mais sobre este autor...
* vê a sua biografia e obra no Portal da Literatura
* na Goodreads encontras uma lista das suas obras e a apreciação dos leitores
* no jornal britânico The Guardian encontras vários artigos dedicados a obras do autor
* na Paris Review podes ler uma extensa entrevista ao autor.
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