21 de junho, "Meán Samhraidh"


       Em todo o mundo, muitas das ruínas das civilizações antigas revelam profundos conhecimentos sobre astronomia e os corpos celestes e constituem-se, muitas vezes, em locais de observação designados por alinhamentos sagrados.  Acontece, por exemplo, no dia 21 de junho, em Stonehenge , local de culto druidico, ou em Pedra de Cabeleira de Nossa Senhora : o sol, ao pousar no horizonte, projeta os seus raios em perfeito alinhamento com a sua crista e o centro do círculo votivo, situado no enfiamento a uns metros a oriente, assinalando a entrada do verão e proporcionando um incrível momento de observação do astro-rei. 
       Estes monumentos evocam, também, uma conceção cíclica do tempo e rituais de gratidão e respeito pela Terra. São reminiscências da fascinante e mágica cultura celta, onde as divindades celtas estão frequentemente associadas aos principais festivais que marcam as estações do ano druida. São dias fortemente ligados aos ciclos das sementeiras, crescimento, ceifa e armazenamento das colheitas e são semelhantes aos ciclos da vida do homem e dos animais.
        Meán Samhraidh (Midsummer, a 21 de junho - solstício do verão) era um festival de bênção das colheitas e do gado.

«[...] ao longo do trilho de carroças vinha um bando de jovens, rapazes e raparigas, rindo, assobiando, gritando, com flores e fitas nos cabelos. Observei-os calmamente. À medida que o bando passava por entre os espinheiros-alvar, fazia pausas para envolver os ramos, ainda perfumados da floração, com bandeirolas, cantando uma velha canção, pedindo à Grande-Mãe uma colheita abundante. Os jovens cantavam com faces e olhos brilhantes; e, quando terminaram, as raparigas desataram aos risos e correram pelo trilho abaixo com os rapazes a perseguirem-nas, recomeçando tudo de novo.
       Dois dos rapazes levavam às costas feixes de lenha e o grupo separou-se, as raparigas continuando pelo trilho fora até cada espinheiro-alvar ficar com a sua bandeirola doirada e branca e fitas verdes. Os rapazes encaminharam-se para a colina mais próxima, vi-os preparar uma fogueira no topo e percebi que eram os preparativos finais para o Meán Samhraidh, o solstício do Verão.
          Esta noite haveria oferendas passadas por cima da fogueira e ervas a arder seriam transportadas para os estábulos e celeiros, para os campos e cabanas, pedindo a bênção de Dana, a mãe-deusa, para todas as criaturas neles residentes.
          E chegara a hora. A hora para descobrir, se queria acreditar no que a Dama me dissera. Hora de saber se era verdade...».

       É esta a descrição que Juliet Marillier faz de Meán Samhraidh, numa narrativa plena de riqueza da mitologia celta: passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era Lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lord Colum, e dos seus seis irmãos. [adaptado da contracapa]


Para ler, em formato ebook, pode descarregar aqui.

E, como a música, qualquer que seja a cultura, é sempre um alimento para a alma, deixamos 




Boas leituras!


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