[comemorando] 10 de junho...
... dia de Portugal,
de Camões e das Comunidades Portuguesas.
De Camões, conhecemos sofridos momentos de vida e bonitos poemas de amor.
Não sei se me engana Helena,
se Maria, se Joana,
não sei qual delas me engana.
Üa diz que me quer bem,
outra jura que mo quer;
mas, em jura de mulher
quem crerá, se elas não crêm?
Não posso não crer a Helena,
a Maria, nem Joana,
mas não sei qual delas me engana.
Üa faz-me juramentos
que só meu amor estima;
a outra diz que se fina;
Joana, que bebe os ventos.
Se cuido que mente Helena,
também mentirá Joana;
mas quem mente, não me engana.
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Luís de Camões
Conhecemos, também, a sua
obra maior: Os Lusíadas.
Em dia de Portugal e
de Camões, será que ainda vale a pena (re)lembrar / (re)ler a obra em que o poeta
canta a coragem de um povo que, em «perigos e guerras esforçados»,
passou «ainda além da Taprobana»?
Ainda valerá a pena ler Os Lusíadas? Sim, vale.
Homem culto, lúcido
e consciente da época em que viveu, Camões soube glorificar a sua Pátria,
relevando as raízes da raça que somos, os valores e princípios que nortearam
todos aqueles que lutaram pela essência de SER Português, mas não sem deixar de
expressar a dor sentida pela atitude dos seus contemporâneos e pelo estado em
que se encontrava a sua Pátria: «metida / No gosto da cobiça e na rudeza / Düa
austera, apagada e vil tristeza».
Em dia de Portugal e
de Camões, é importante registar que, no mar traiçoeiro da Vida, é também essa coragem, essa determinação,
essa ânsia e o sonho de Além, registadas n' Os Lusíadas, que voltam a incitar à
partida «por mares nunca de antes navegados», mesmo enfrentando ventos adversos,
adamastores cruéis ou Bacos invejosos e traiçoeiros.
Em dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é importante lembrar que a
Alma-Pátria, ainda que pelo mundo em pedaços repartida, será sempre
em PORTUGUÊS, a Língua em que Camões escreveu quem fomos-somos-seremos e que nos une em qualquer ponto
dos cinco continentes.
Em dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, leia / releia / relembre o Amor da "linda Inês", as deusas da "ilha fresca e bela", a sedutora beleza de Vénus, que intercede, junto de Júpiter, por amor "deste povo" que é seu... porque, de Amor e da Mulher, também se canta n' Os Lusíadas.
LM
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