Aldeias
Já
não há alegria a correr por entre as ruas das aldeias. Já não se ouvem os
gritos de pais preocupados porque os seus filhos caíram numa vala e esmurraram
os joelhos. Já não se veem meninos e meninas a conviver e a chatear a cabeça
aos idosos que os observam, sentados naquelas cadeiras de madeira, mesmo à
frente das suas casas. Aldeias já não são aldeias.
As
crianças preferem, agora, passar os seus tempos livres no conforto das suas
casas, longe de todo o tipo de perturbações que a Mãe Natureza lhes possa
proporcionar. Coitados, não sabem o que perdem! Mas que culpa têm eles disso?
Nenhuma, pois é da responsabilidade dos seus pais a educação que lhes é dada.
Os papás é que decidiram dar-lhes telemóveis, computadores e “videogames” para
as mãos, tendo eles apenas oito anos de velhice.
Há
quem diga que até pode ser bom para as crianças passarem mais tempo em casa:
passam mais tempo com a família, é menor o risco de ficarem com um braço partido
e poupam a pouca paciência que resta aos velhos que fazem a sesta à porta de
casa.
Também
há quem diga (eu) que tal opinião não tem qualquer sentido: os pais trabalham
durante o dia; logo, as crianças, desesperadas por alguma companhia e atenção,
apegam-se à tecnologia.
Além
disto, faz parte da infância ter constantemente os joelhos esmurrados até
porque o que não nos mata torna-nos mais fortes! Já para não referir o aborrecimento
que os velhinhos vão sentir quando apenas tiverem as moscas e mosquitos como
companhia.
A
verdade é que, infelizmente, aldeias já não são aldeias.
Mariana Duque
(12.º CT3)
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