Possível último dia

 Desde pequenina que ouço os meus parentes dizer que tudo o que nasce tem de morrer, não importa o modo como acontece. O nosso maior medo é a morte: temos medo que ela nos leve mais cedo do que o que pensamos, que ela leve as pessoas mais importantes na nossa vida, temos medo que ela não nos deixe ser felizes como imaginamos todos os dias ser.

Sei que neste mundo estamos todos de passagem, como alguém que eu conheço diz: “Estou numas férias mais curtas do que penso.”. Sei também que hoje não é fácil viver com tantas despesas e sei também que este é um dos motivos que pode levar à morte. Ninguém sabe se a morte é realmente o fim das nossas vidas; ninguém sabe se esta é só a primeira etapa da nossa vida; ninguém sabe se existe um mundo melhor depois da morte, pois, como costumo ouvir algumas pessoas dizer, quando tocamos neste assunto, “a morte deve ser realmente uma coisa boa pois ninguém voltou para nos dizer como é”.

Mas não levemos a morte com uma perspetiva tão triste. Quando falamos na palavra morte lembramo-nos sempre das pessoas de que mais gostávamos e que partiram; mas pensemos também que talvez elas foram para um sítio melhor. Uns dizem que é o destino; outros dizem que nada disto é real, que, quando morremos, não sentimos mais nada e é como se nunca tivéssemos existido.

Hoje, há quem já procure meios de tentar fugir à morte, o que para mim é tempo perdido, pois nunca sabemos quando este grande pequeno desastre poderá acontecer.

Por isso mesmo, devemos aproveitar a nossa vida ao máximo, com as pessoas de que mais gostamos; devemos tentar realizar o maior número de coisas possível; devemos tentar realizar os nossos sonhos e sobretudo viver um dia de cada vez e sempre feliz, porque hoje pode ser a última vez que escrevo, a última vez que vejo as pessoas que mais amo, a última vez que dou um sorriso.

Costumo dizer a todos os que, à minha volta, estão a passar por uma fase difícil: vivam este dia como se fosse o vosso último; digam tudo o que têm a dizer; e façam tudo o que têm a fazer – hoje -, porque amanhã pode já ser tarde.

A vida só se vive uma vez.          

Nair Marques Silva, 11.º LH2

Texto produzido na disciplina de Português, sob a orientação do professor Paulo Melo.

 

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