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ler
Valter Hugo Lemos, aka Valter Hugo Mãe (ou até valter hugo mãe), é um escritor nascido
a 25 de setembro de 1971, na cidade angolana Saurimo (antigamente chamada de
Henrique de Carvalho). Licenciou-se em Direito e fez uma pós-graduação em
Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto. Em 1999 foi co-fundador da Quasi Edições na qual
publicou obras de várias personalidades portuguesas e não só, como Mário
Soares, Caetano Veloso e Adriana Calcanhoto. Em 2007 atingiu o reconhecimento público
com a atribuição do Prémio Literário José Saramago, com a obra o “remorso de baltazar
serapião”. É autor de
várias obras em muitos géneros, não só na poesia, como no romance, na escrita
infantil e, curiosamente, na música.
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Fig.1 – Fotografia do escritor
Este autor, que considero o novo Saramago, é um
caso de “liberdade gráfica”, isto é, muitas das suas obras são escritas
integralmente em minúsculas. Como o próprio diz, “Simplificando, sintáctica e
graficamente, chegamos a uma escrita mais próxima do modo como falamos. As
pessoas não falam com maiúsculas”. Deste modo, considera que a simplicidade que
procura não só o pode almejar, como acelerar o processo de escrita. Agilizando
a escrita e o texto, aproxima-se não só do ritmo da fala como do próprio
pensamento.
Além disto, Valter Hugo Mãe abomina as reticências,
sobre as quais diz que “é uma menorização da capacidade de leitura e de
compreensão. É o sinal gráfico mais insuportável, porque é um sinal de
desrespeito pelo leitor, que trata como se fosse estúpido".
Saramago, aquando a entrega do Prémio Literário
José Saramago, admite que “este livro [“remorso de baltazar serapião”] é um tsunami no sentido total: linguístico,
semântico e sintáctico. Deu-me a sensação de estar a assistir a uma espécie de
parto da língua portuguesa. Lembrou-me algumas ousadias a que me atrevi há
vinte anos e que produziram escândalo. Temos outro escândalo, porque valter
hugo mãe louvou a expressão escrita da palavra, e abandonou a parafernália
sinalética, portanto, tudo o que é supérfluo”.
Fig.2 – Saramago e Valter Hugo Mãe
Dentro das minhas expressões favoritas, tão
verdadeiras encontram-se estas, ambas da obra “o filho de mil homens” – “Nunca limites o amor, filho, nunca por
preconceito algum limites o amor.” e “Quem perdeu a mãe perde para sempre e
nunca mais para de perder.”Aconselho vivamente a exploração das obras deste
autor contemporâneo!
Afonso
Marques, 12º CT3
Referências
biliográficas:
Jornal
de Letras, Artes e Ideias. (24 de janeiro de 2010). As grandes minúsculas de valter hugo mãe. Disponível em
http://visao.sapo.pt/as-grandes-minusculas-de-valter-hugo-mae=f545016
Wikipedia. (15 de abril de
2015). Valter Hugo Mãe. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Valter_Hugo_M%C3%A3e
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