Todos querem chegar a velhos, mas ninguém quer que lho chamem
“Velhos? Velhos são os trapos!” É com esta indignação que
reagem as pessoas quando tratadas de tal forma. Diria que não é fácil encarar o
desafio da velhice sem a sensação de quase vergonha. As rugas, a falta de
visão, a falta de vigor no andar… Mas tais limitações não incapacitam as
pessoas de amar, de criar, de cuidar ou de ensinar… Talvez seja por esta razão
que tantos se sentem ofendidos quando lhes é atribuída tal designação, pois é
quando sentem a impotência que outrora não sentiam.
Durante toda a vida procuramos incessantemente a nossa
independência, desde o momento em que tentamos dar os primeiros passos sozinhos
até à altura de nos vestirmos da forma que gostamos e queremos ou até a sairmos
de casa dos nossos pais. Queremos crescer a todo o custo e depois, quando
finalmente atingimos esse objetivo, quando finalmente crescemos, começamos a
sentir-nos velhos! E o problema não está na idade; o problema está em não
sabermos aproveitar o que conquistámos.
A juventude não é simplesmente um período da vida, mas sim
um estado de espírito. Não é por termos vivido certo número de anos que
envelhecemos. Envelhecemos, sim, quando perdemos a vontade de viver e deixamos
de encarar a vida com o entusiasmo com que a encarávamos há vinte ou trinta
anos.
Como afirma a minha avó, do alto dos seus 83 anos, “o ideal
mesmo seria juntar a irreverência e a vontade de viver que temos durante a
juventude com a sabedoria que só temos a partir de certa idade.”
Ana Vieira, 12.º CT3
Comentários
Enviar um comentário