nas páginas da história: lembrar o passado, pensar o presente

a propósito do aniversário da morte de Bordalo Pinheiro


Raphael Bordallo Pinheiro (na grafia original) nasceu a 21 de março de 1840 em Lisboa e faleceu a 23 de janeiro de 1905. 

Raphael Bordallo Pinheiro

Caricaturista, ilustrador, ceramista, autor de banda desenhada e editor, é considerado o maior artista plástico do século XIX. Originário de uma família de artistas, iniciou-se no mundo das artes como ator de teatro. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitetura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Artes Dramáticas. Perante um percurso escolar irregular, em 1863 foi trabalhar como escriturário na Câmara dos Pares. Entretanto, desenvolveu o gosto pela arte, expondo regularmente aguarelas da sua autoria no Salão da Sociedade Promotora de Belas Artes. Em 1869 realizou diversas capas de livros e preparou o álbum “O Calcanhar d’Achilles”, editado no ano seguinte. Durante a exposição Internacional de Madrid (1871) apresentou os seus trabalhos. No ano seguinte foi editado o álbum “Apontamentos e Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador do Rasilb pela Europa”, que é a primeira banda desenhada portuguesa, relatando a viagem do Imperador do Brasil D. Pedro II à Europa. Assim, Bordalo foi um dos pioneiros da BD a nível mundial.

Reprodução da capa da álbum de Bordallo Pinheiro

A sua colaboração como ilustrador com a imprensa estrangeira fez-se notar em Madrid, com o “El Mundo Comico” e o “Ilustración Española y Americana” e em Londres com o “The Illustrated London News”.

Ano marcante na sua carreira foi o de 1875, em que criou o célebre Zé Povinho, que apareceu pela primeira vez nas páginas da “Lanterna Mágica”. Esta personagem corresponde a uma imagem simbólica do povo, submisso, que aparece em diversas situações, desde os aumentos dos impostos aos negócios mal explicados. De origem rural, sorriso, cabelo despenteado e a usar chapéu, manifesta por vezes o seu espanto e por outras mostra que percebe mais do que seria suposto.

O Zé Povinho
Também nesse ano, a convite do jornal “O Mosquito”, partiu para o Brasil. Colaborou com este jornal durante dois anos e depois do seu encerramento fundou o jornal “Psit!!!”, que durou poucos meses criando a seguir “O Besouro”, publicado até ao ano do seu regresso a Lisboa, 1879. Nesse ano fundou o célebre “O António Maia”. O último jornal que dinamizou foi “A Paródia”. Fez caricaturas a partir de quadros famosos, como “Zé Povinho na (Última) Ceia” e “Zé Povinho – Marquês de Pombal”, ambos de 1882.

A partir de 1884 começou a funcionar a fábrica de Cerâmica das Caldas da Rainha. De entre as peças fabricadas destacam-se as pequenas figuras de carácter popular e caricatural, como o Zé Povinho, a Ana das Caldas ou o Arola. Em 1889 decorou o Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris, onde as suas cerâmicas tiveram êxito, tendo-lhe sido atribuído o grau de cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa. Outras das atividades em que se destacou foram a realização de figurinos para peças teatrais.

Casado com Elvira Ferreira de Almeida desde 1866, teve apenas um descendente, Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Marta Pereira
12º LH

Fontes consultadas:
http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/caricatura/bordalo_pinheiro/biografia.html


Para saber mais, veja ainda a página eletrónica do Museu Bordalo Pinheiro.

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