Personagens marcantes - os nossos alter ego


Modos de ver, de ouvir e de sentir


        Ao longo dos livros que lemos, mas também dos filmes a que assistimos ou de algumas músicas que ouvimos, vamo-nos deparando com personagens marcantes que não sairão facilmente das nossas mentes. Pela sua personalidade, por características muito especiais ou por algumas falas brilhantemente imaginadas, aqueles seres (aparentemente irreais) começam a ganhar formas cada vez mais concretas e a fazer-nos refletir sobre assuntos a que nunca tínhamos anteriormente prestado verdadeira atenção. Por vezes, aquelas criaturas tornam-se mesmo angustiantes, e se, primeiro, tiveram o mérito de nos cativar, depois poderão levar-nos a sentimentos que só pela arte transparecem.
        É curioso reparar no modo como gerações e grupos diferentes são marcados por personagens diferentes. Isto é, não é suposto que um jovem, em 2015, veja com tanta emoção um episódio da Abelha Maia como o faziam as crianças no fim dos anos 70. O mesmo se passa com a série espanhola ''Verão Azul'', dos anos 80, ou com a famosa ''Família Addams''. 


Fig. 1 - o divertido Homer Simpson

              Já no mundo do cinema, virá à memória de muitos o genial Charlot, o Senhor dos Anéis, o fantástico Harry Potter, o casal romântico de Titanic, o detetive James Bond, ou até a ''Rapariga com Brinco de Pérola'', cujo filme foi baseado num livro, e este numa pintura de Johannes Vermeer. Como se vê, até a pintura pode conter personagens que, de certa forma, marcam o espetador e o fazem deambular em pensamento. 

Fig. 2 - o cómico Mr. Bean


           Pois na literatura nenhum amante dos grandes ''clássicos'' se esquecerá de um viril Ulisses, de um Sancho Pança, dos apaixonados Romeu e Julieta, de Anna Karenina ou de Lolita, dos bizarros Gregor Samsa e Dorian Grey, a quem estranhos acontecimentos o destino guarda; em Portugal, poucos esquecerão o dândi João da Ega ou Blimunda e os seus poderes. 



Fig. 3 - a irreverente Mafalda

                 Quanto às canções das nossas bandas favoritas, cujas letras nem sempre são de compreensão fácil, há muito espaço para a imaginação. Basta fechar os olhos e sonhar e, então, talvez nos identifiquemos muito com a personagem misteriosa que uma voz doce sabe tão bem desenhar.
            Os grandes artistas do nosso mundo têm conseguido criar personagens que, quando nos cativam, dificilmente serão esquecidas; muitas vezes, começamos mesmo a atuar de forma semelhante àquele ser que, durante intensos momentos (seja de leitura, audição ou visão) acompanhámos. É estranho e quase inexplicável, mas é mais um dos aspetos que nos distingue enquanto humanos. CARPE ARTEM! 

                                                                

       Ana Margarida Simões, 12ºLH


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