Saudade, ó doce tortura
A saudade é um sentimento que nos
persegue a todos durante a nossa vida. É inevitável e uma cruel amiga que
sempre nos segue tal como uma sombra segue o seu dono.
As lembranças melancólicas de que
estamos privados deixam-nos sempre espaço para as recordarmos com um sorriso
tosco na cara.
Esse sorriso tosco, sinal de pura
saudade à superfície dos lábios, é o mesmo sorriso com que recordo o verão de
há cinco anos que passei a andar de bicicleta com todos os amigos que,
entretanto, perdi; e deles e desse verão só resta uma vaga névoa. Um espaço em
branco entre os dois. Foi o que restou da amizade dos dez anos de idade.
Saudade. Saudade de quando responsabilidade era apenas outra palavra no
dicionário.
Esta mistura de tristeza e
alegria, confuso e claro, faz qualquer coração partir e rejubilar de alegria.
O reformado que lembra o seu
primeiro amor de verão, a criança que mal pode esperar pelo Natal seguinte, o
adulto que preferia ser criança. Todos a sentem. Todos sentem a sua doce tortura.
A saudade.
Mafalda Murta, 10.º CT2
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