Porque a ciência também é cultura
a vida no universo [a propósito do planeta Kepler 186f]
A Agência Espacial Americana (NASA) anunciou recentemente a
descoberta do Kepler-186f, um planeta mais ou menos do tamanho da Terra, no
qual, pensa-se, há grandes hipóteses do planeta ter água no estado líquido, uma
das condições fundamentais para a existência de vida sobre a sua crosta.
Figura 1 - Edifício da NASA |
Figura 2 - Imagem do planeta Kepler 186F |
Quanto mais planetas são descobertos, maior é a
probabilidade de encontrar planetas semelhantes ao nosso. Assim sendo, os astrónomos
acreditam que aumente também a probabilidade de encontrar vida noutros lugares
do universo.
A definição de vida, é porém, muito complexa e está longe de
consenso entre os cientistas. O estudo da vida na Terra, o único tipo conhecido
até hoje, mostrou que, apesar da grande biodiversidade terrestre, todos os
seres são similares: são feitos de células ou, como os vírus, dependem delas;
usam ácidos nucleicos como o DNA para armazenar e transmitir informação
genética; e possuem um metabolismo similar.
Mas não é impossível a existência de outros tipos de vida
espalhados pelo universo. Afinal, mesmo a Terra guarda muitos organismos que
ainda são enigmas para os cientistas. Em 2010, pesquisadores da NASA encontraram
uma bactéria num lago da Califórnia, nos Estados Unidos, que se comportava como
um ser extraterrestre: não usava nenhum dos seis elementos fundamentais à
existência, mas sobrevivia a partir de arsênio, um elemento altamente tóxico.
No Kepler-186f, um ano dura 130 dias. O novo planeta gira em
torno de uma estrela chamada Kepler-186, na constelação de Cisne, a uns 500
anos-luz da Terra. A Kepler-186 é uma estrela anã vermelha. Estrelas desta
categoria têm menos de metade da massa do Sol. Na sua órbita, há outros
planetas além deste “novo primo da Terra”. Mas não há indícios de vida em
nenhum deles, porque estão muito perto da estrela, onde é demasiado quente.
Figura 3 - Representação esquemática dos planetas Kepler e Terra |
Planetas que orbitam em torno de estrelas fora do Sistema
Solar não são novidade na astronomia. Só em zonas habitáveis, regiões onde as
condições para a vida são mais favoráveis, há pelo menos 20 planetas já
conhecidos. Mas, em comparação com outros, o Kepler-186f está em vantagem, pois
tem dimensões muito próximas às do mundo onde vivemos, deve ser rochoso e
composto também de ferro, água e gelo, tal como a Terra. Segundo alguns cientistas,
isso significa que a sua atmosfera também deve ser parecida com a nossa. Não
está muito próximo, nem muito distante da sua fonte de calor e luminosidade, o
que faz com que suas temperaturas não sejam extremas. Essa é uma das
características que mais empolgou a comunidade científica.
Na Via Láctea não há apenas uma Terra. Há 40 biliões delas.
O Kepler-186f, planeta fora do Sistema Solar muito semelhante ao nosso, provavelmente
será conhecido como o primeiro dessa espécie. Num futuro próximo, muitos
planetas parecidos com a Terra serão revelados pelos astrónomos.
Figura 4 - Representação da Via Láctea vista de cima. Na Via Láctea, muitos planetas, além da Terra, podem abrigar vida |
Para cientistas, o Kepler-186f foi apenas o primeiro planeta
parecido com a Terra a ser descoberto na Via Láctea.
O avanço da ciência
espacial permite concluir que a pergunta que há milénios nos intriga “ Estamos
sozinhos no universo? “ Não tem resposta.
Paula Neves
Referências bibliográficas:
Loiola, R. (2014, abril 27). Uma galáxia com 40 biliões de
Terras. Veja. Em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/uma-galaxia-repleta-de-terras
Cohen, O. (2014, abril 17). Kepler 186f: NASA descobre novo
planeta que pode abrigar vida. Superinteressante. Em http://super.abril.com.br/blogs/supernovas/2014/04/17/nasa-anuncia-que-kepler-186f-novo-planeta-descoberto-pode-abrigar-vida/
s/a (s/d), Astrônomos anunciaram descoberta de Kepler 186f
planeta habitável igual à Terra. Sortimentos.com.
Em http://mais.sortimentos.com/astronomos-anunciam-descoberta-de-kepler-186f-planeta-habitavel-igual-a-terra/
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