Salman Rushdie
...a ler
Sir Ahmed Salman Rushdie nasceu a 19 de junho de 1947 em
Bombaim (agora Mumbai), Índia. Era o filho único de um abastado indiano homem
de negócios e uma professora e foi educado numa escola privada em Bombaim,
antes de frequentar “The Rugby School” em Warwicksire, Inglaterra. Formou-se em
História, com louvor, no “King’s College” na Universidade de Cambridge.
Viveu com a sua família, durante algum tempo, no Paquistão.
Aí começou a trabalhar, escrevendo alguns textos para televisão, mas depressa
regressou a Inglaterra onde, durante os anos 70, se dedicou a trabalhar como redator
para uma agência de publicidade.
Apesar de Rushdie se vir a tornar um alvo dos extremistas
muçulmanos, a religião sempre teve um papel importante na sua educação. O seu
avô, um homem simpático e médico de família, era um devoto do Muslim e rezava
cinco vezes por dia e realizou a Hajj a Meca. O envolvimento religioso do seu
avô não era caracterizado pela tolerância, algo que influenciou profundamente o
jovem Rushdie.
Em 1975 Rushdie publicou o seu primeiro livro “Grimus”, uma
obra de ficção científica, que recebeu poucas críticas. Dono de um estilo
próprio, e dominando excelentes técnicas de narração, Rushdie continuou a
escrever e a sua segunda obra “Midnight’s Children” ganhou o Prémio Booker e
“The James Tait Black Memorial Prize para ficção, em 1981. Em 1993 e em 2008 a
obra recebeu ainda o prémio de “Best of the Bookers”, uma distinção que a
tornou a melhor obra a ser galardoada com “Booker Prize for Fiction”.
Em 1988 Rushdie publicou “The Satanic Verses”, uma obra que
causou controvérsia no mundo Islâmico e cuja estória principal foi inspirada em
parte na vida de Muhammad. Os críticos adoraram. A obra ganhou o “Whitbread
Award” para a obra do ano e foi uma das nomeadas para o “Booker Prize”. Mas,
por outro lado, originou uma imediata condenação do mundo Islâmico que a
consideraram ofensiva ao profeta Maomé. Em muitos países com largas populações
de muçulmanos, a obra foi proibida e a 14 de fevereiro de 1989, Ayatollah
Khomeini, o líder espiritual do Irão, proferida a “fatwa”, condenando o autor à
morte. Durante muitos anos o autor teve de viver sob proteção policial.
Para tentar diminuir a força da raiva que se instalou contra
ele, Rushdie apresentou um pedido de desculpa público e expressou o seu apoio
ao Islão. Com o tempo, o “calor” à volta desta questão acalmou e em 1998 o Irão
declarou que não apoiaria a “fatwa”.
De toda a sua vasta obra, apenas uma está disponível na
Biblioteca Escolar Clara Póvoa, “Luka e o Fogo da Vida”, publicada a 6 de
agosto de 2010.
Em 2012 Rushdie publicou “Joseph Anton: A Memoir”, um
testemunho autobiográfico da sua vida durante o longo período da “fatwa”.
Mesmo nos momentos mais controversos sobre a sua obra, Rushdie
continuou a escrever. No total escreveu onze romances, alguns livros para
crianças e publicou várias compilações de ensaios e trabalhos. “Two Years Eight
Months and Twenty-Eight Nights” foi publicado em setembro 2015.
As suas obras estão traduzidas em mais de 40 línguas
diferentes.
Rushdie recebeu inúmeros prémios, incluindo títulos honorários em seis Universidades inglesas e seis
americanas.Em 2014 foi galardoado com o “PEN/ Pinter Prize”.
Rushdie manteve sempre uma postura firme
através das palavras e da escrita. É um defensor “feroz” da Liberdade de
expressão e criticou frequentemente a Guerra dos EUA no Iraque.
Baseados na sua obra foram realizados dois filmes: “Os
Filhos da Meia Noite” e “Quando Me Apaixono”.
Tem participado sempre em inúmeros programas e eventos
transmitidos pela televisão.
No dia 14 de janeiro de 2015, na Universidade de Vermont,
Salman Rushdie falou sobre os ataques ao Charlie Hebdo – “A liberdade de
expressão deve ser absoluta”
No jornal Público, a 22 de fevereiro de 2016, foi publicada
a seguinte notícia “ Media iranianos renovam “fatwa” contra Salman Rushdie”
De 22 de setembro a 8 de outubro de 2016 terá lugar a
segunda edição de “Folio-Festival Literário Internacional de Óbidos” que
contará com a presença de Salman Rushdie que vem apresentar o seu novo livro
“Dois anos, oito meses e vinte e oito noites”.
Para saber mais sobre este autor e a sua obra, entre muitas
outras fontes de qualidade, é possível explorar: a sua página oficial, o extenso dossier do The Guardian sobre o
autor que inclui vários artigos e uma extensa entrevista publicada na The
Paris Review,
Luísa Torres
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