a ciência também é cultura
dia 24 de
novembro
[dia nacional da cultura científica]
1. Dia Nacional da Cultura
Científica e o seu mentor Rómulo de Carvalho
O Dia Nacional da Cultura
Científica, 24 de novembro, foi instituído em 1997, para homenagear o
nascimento de Rómulo de Carvalho e divulgar o seu trabalho na
promoção da cultura científica e no ensino da Ciência.
Rómulo de Carvalho |
Professor, metodólogo,
investigador, historiador, autor de manuais escolares e de livros de divulgação
científica, Rómulo de Carvalho afirmou-se como um dos principais divulgadores
de ciência em Portugal, trabalho que marcou gerações.
Os seus livros de divulgação em
Ciência e Tecnologia e os seus artigos em jornais revelavam a sua preocupação
em despertar do interesse dos portugueses pelo conhecimento científico. Na Gazeta
de Física publicou, até 1974, 22 artigos de divulgação científica,
atualização didática e orientação pedagógica.
Conforme nos diz Rómulo de
Carvalho numa entrevista dada ao Público em 1996:
“A divulgação, conforme
eu gosto, é aquela que dá aos jovens as respostas que eles nunca chegaram a
fazer. ‘Largo um corpo, porque é que ele cai?’ é uma coisa que pode interessar
a toda a gente e trata-se de explicar isso em termos agradáveis. Para que
possam ler e levá-los a pensar com mais pormenor nesse assunto e noutros.”
(Entrevista, Público, 24-11-1996).
Destaque também para os seus
cadernos de iniciação científica, onde tratava temas da Física e da Química e
para a coleção de livros “Ciência para Gente Nova”, onde esclarecia os jovens
sobre temas da Física e da Química.
Nas suas aulas procurou sempre
integrar o ensino experimental, de forma a complementar os conhecimentos
teóricos e facilitando a compreensão dos seus alunos:
“Em relação ao
ensino experimental, as experiências acompanham aquilo que queremos ensinar
quando estamos na aula, mas o método de ensino não é exclusivamente
experimental. As experiências servem para esclarecer o aluno sobre aquilo que
está a ouvir. Eu levava sempre para a aula material que punha em cima da mesa e
os alunos olhavam com toda a curiosidade: ‘Para que é isto? Para que é aquilo?’
À medida que ia falando, ia preparando as coisas e mostrando o que se passava,
para ilustrar aquilo que estava a dizer.” (Entrevista, Público,
24-11-1996).
Para saber mais sobre Rómulo de
Carvalho pode consultar-se esta página.
2. Ciência e Cultura
O conhecimento científico é uma
forma poderosa de conhecermos, compreendermos e agirmos no mundo que nos
rodeia. Ainda que a procura de compreensão do que nos rodeia remonte aos
alvores da humanidade, a ciência, enquanto forma metódica, racional, empírica e
experimental de conhecimento tem um desenvolvimento contínuo a partir do século
XV. Os séculos XVII e XIX foram séculos de sucessivas descobertas e de
afirmação das ciências da natureza, desde a Química, à Física, a Geografia,
Biologia e, dentro de cada área mais alargada, ao surgimento de áreas cada vez
mais especializadas.
O século XX foi um século no qual
a aliança entre ciência e tecnologia foi extraordinária, o que mudou
radicalmente a forma de viver de uma parte significativa da humanidade. Foi um
século de possibilidade, que pareciam infinitas, mas também um século de
perigos, nomeadamente no uso, à exaustão, de recursos naturais e da produção de
fatores de poluição e de contaminação dos grandes sistemas naturais (atmosfera,
os oceanos…) o que ameaça a sobrevivência do próprio planeta enquanto casa de
todos nós, seres humanos e não humanos.
Paralelamente, desenvolveram-se
as ciências sociais e humanas como a Psicologia, a Sociologia e a Economia. O
extraordinário desenvolvimento da ciência e da sua aliada, a tecnologia, faz
com que hoje um ser humano culto tenha de obrigatoriamente possuir, no seu
senso comum, uma grande bagagem de conhecimentos científicos. Ter conhecimentos
básicos de física, química, biologia, psicologia, economia e sociologia, para
falar apenas das áreas mais alargadas, é essencial para o pleno exercício da
cidadania.
Por isso, a divulgação científica
assume hoje um papel de extrema relevância. Palestras, conferências, atividades
em museus e exploratórios de ciência, leitura de revistas como a
Superinteressante e Saber Mais, a leitura de livros de divulgação científica
fazem parte da educação básica dos atuais e futuros cidadãos.
Em Portugal a divulgação e a
educação científicas foram adquirindo uma relevância cada vez maior. Foi
implementado o programa Ciência Viva, há vários exploratórios, como o
exploratório Infante D. Henrique em Coimbra, a Fundação Calouste Gulbenkian
desenvolveu o projeto Casa das Ciências, ciência e teatro têm desenvolvido uma
ampla cooperação e existem cada vez mais editoras que publicam livros de
divulgação científica dirigidos ao grande público, isto é, a um público que não
é especialista em ciência.
Na biblioteca da escola há livros
extremamente interessantes que contam o sucessivo desenvolvimento de várias áreas
científicas que fazem parte da nossa história, pois somos amplamente moldados
pelas possibilidades que esses homens e mulheres foram gerando na sua ação
enquanto cientistas. Ficam aqui algumas sugestões, cujas referências podem ser encontradas no Catálogo Coletivo:
Para saber mais, siga também as ligações que se
encontram no texto.
Bibliografia:
Instituto Camões (2003). Ciência
em Portugal: personagens e episódios. Rómulo de Carvalho. Obtido em http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/p24.html
a 23.11.2013.
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