a ler...

a propósito do dia 24 de novembro, dia mundial da ciência 

[sugestões de leitura da BECP]


Hoje em dia, com os inúmeros recursos disponíveis online, obter conhecimentos sobre ciência não é difícil. Até é fácil e divertido.

Mas, nem sempre conseguimos obter uma visão global e sistemática do que é a ciência nas suas diferentes áreas e da forma como a atividade científica foi moldando o mundo em que vivemos e como foi ampliando infinitamente a nossa forma de compreender a realidade que nos rodeia. E, no entanto, “ler ciência” também é fácil e divertido graças ao trabalho de divulgação científica que alguns autores têm realizado.

Na Biblioteca Escolar Clara Póvoa, cujo catálogo também é acessivel através do Catálogo Coletivo da Rede de Bibliotecas de Cantanhede, podemos encontrar uma coleção muito considerável de livros de divulgação científica.

Ficam aqui algumas sugestões.

Os descobridores de Daniel Boorstin, Editorial Gradiva



Obra que faz parte de uma trilogia (Os descobridores, Os pensadores e Os criadores) e que nos conta a aventura dos grandes descobridores que deram origem à Física, à Química e à Biologia, tal como as conhecemos hoje. Uma aventura absolutamente fascinante que nos leva a olhar para objetos comuns do dia a dia de forma completamente diferente.



Você está aqui. Uma história portátil do universo de Christopher Potter, 
da editora Casa das Letras



Uma biografia rigorosa e provocadora do universo desde o seu nascimento até aos dias de hoje. Uma narrativa exploratória de todas as grandezas, dimensões e realidades que estão irradiadas num lugar que é tudo e ao mesmo tempo não é nada. O autor demonstra que a ciência avança afastando a humanidade do centro da atenção cósmica, mas o universo reage colocando-nos de novo lá.


Breve história de quase tudo de Bill Bryson, da Bertrand Editora



Pode parecer um nome pomposo, mas é mesmo uma história de quase tudo. Uma pesquisa digna de um mamute, anos de investigação e como resultado... o Big Bang, os dinossauros, o aquecimento global, a geologia, Einstein, os Curies, a teoria da evolução, a gasolina com chumbo, a teoria atómica, os quarks, os vulcões, os cromossomas, o carbono, os organismos edicaranos, a descontinuidade de Moho, o ADN, Charles Darwin e um zilião de outras coisas. Em linguagem não demasiado científica, sempre clara e com as devidas anotações, o leitor é conduzido, por este autor extremamente divertido e bem informado, numa viagem através do tempo e do espaço, cujo prato forte é também revelar-nos algumas ironias do desenvolvimento científico. Esta é verdadeiramente uma obra que nos dá a sensação de ter o mundo na palma da mão. Um livro que vendeu milhões de exemplares e que vale mesmo a pena ler.


A espiral da vida. As dez mais notáveis invenções da evolução de Nick Lane, 
da Editorial Gradiva



Como é que a vida se inventou? De onde vem o ADN? Porque morremos? Ao longo das últimas décadas, foi desenvolvida investigação apaixonante que lançou uma luz nova sobre a composição da vida.
Com base neste novo manancial de conhecimento científico, o bioquímico premiado Nick Lane reconstituiu a história da vida através da descrição das dez mais notáveis invenções da evolução, refletindo sobre o modo como cada uma – do ADN ao sexo,do sangue quente à consciência e finalmente à morte – transformou a vida e,em muitas ocasiões, o próprio planeta que habitamos. Uma forma agradável e muito útil de acompanhar algumas das descobertas mais marcantes da atualidade. Vale mesmo a pena ler.


Poeira da alma. A magia da consciência de Nicholas Humphrey, 
da Editorial Gradiva



Como é possível a consciência? A que finalidade biológica se destina? Porque é que a valorizamos tanto?

Em Poeira da Alma, Nicholas Humphrey, figura cimeira da investigação mundial no campo da consciência, avança uma nova teoria surpreendente. A consciência, afirma, não é senão um espectáculo de magia e mistério que representamos para nós próprios dentro das nossas cabeças. Este espectáculo autocriado ilumina-nos o mundo e faz-nos sentir especiais e transcendentes. Assim, a consciência abre caminho à espiritualidade e permite-nos, enquanto seres humanos, colher os frutos, e ansiedades, de viver no que Humphrey chama«o nicho da alma».


O Grande Inquisidor. A vida extraordinária e o desaparecimento misterioso de Ettore Majorana, de João Magueijo, da Editorial Gradiva



Na noite de 26 de Março de 1938, o físico nuclear Ettore Majorana embarcou levando consigo uma grande quantia de dinheiro e o passaporte. Nunca mais foi visto. Até aos nossos dias, o seu desaparecimento permanece envolto em mistério.

Em O Grande Inquisidor (alcunha por que Ettore Majorana era conhecido entre os colegas), o físico teórico João Magueijo conta a história de Majorana e do seu grupo de investigação, responsáveis pela descoberta casual da fusão nuclear, em 1934. Quando Majorana, o mais brilhante do grupo, começa a compreender as implicações potencialmente letais da investigação em curso, fica perturbado. Ter-se-á suicidado? Terá sido raptado? Terá encenado a sua própria morte para se retirar da investigação científica?
Magueijo relata a vida trágica de Majorana e o seu desaparecimento bizarro ao mesmo tempo que nos fala das mais interessantes personalidades da ciência do século XX. Oferece-nos uma visão surpreendente dos meandros sombrios do mundo científico - tanto as suas dificuldades éticas como as suas por vezes complexas dinâmicas de grupo. O resultado é uma obra arrebatadora que dá conta da descoberta extraordinária de Majorana - o neutrino de Majorana - e sugere novas pistas para um dos mais intrigantes mistérios da ciência. Uma história de ciência e mistério.


A prodigiosa aventura das plantas de Jean-Marie Pelt e Jean-Pierre Cuny
da Editorial Gradiva



Poderíamos pensar, o que me interessa a história das plantas. Isso não será para jardineiros e botânicos? Não, para quem goste de ler e de conhecer o mundo. Pensávamos nós que, no que respeita ao sexo, haveria o marculino, o feminino e os hemafroditas. Mas, quando lemos que existe um número muito maior de sexos nas plantas, ficamos um pouco baralhados. Quando a semente de uma planta pode viver centenas de anos e germinar como quem não quer a coisa, ficamos curiosos. Um livro muito, muito interessante e divertido de ler.


O Homem que só gostava de números de Paul Hoffman, da Editorial Gradiva



Paul Erdös foi um dos mais prolíficos e excêntricos matemáticos do nosso tempo, um homem que possuía inimagináveis poderes intelectuais, mas que era incapaz de realizar muitas das tarefas diárias mais simples. Durante mais de duas décadas viveu com o conteúdo de duas velhas malas, atravessando quatro continentes a um ritmo frenético, perseguindo problemas matemáticos em busca da beleza perene e da verdade absoluta.

Paul Hoffman fornece uma visão íntima da vida e das relações de Erdös, apresentando ao leitor um elenco de notáveis génios matemáticos, bem como as mais importantes descobertas matemáticas do século XX. Livro premiado com o Rhône-Poulenc Prize 1999 para o melhor livro de ciência e que se lê de um folgo só, como quem lê um entusiasmante livro de mistério.

Vale a pena ler.

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