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[o mar - Camões, Pessoa e o Quinto Império]


Camões e Pessoa, tão distantes e tão próximos, num diálogo de tempos que foram, mas também de tempos que são. O desejo de ir mais além, de sonhar e de ousar, fez sempre parte da nossa condição. É o sonho que conduz o Homem à ação. Outros, os “eleitos”, darão voz à Obra e a palavra continuará, através dos tempos a fermentar a utopia. De Camões a Pessoa, a “ (…) orla branca foi de ilha em continente, / Clareou, correndo, até ao fim do mundo…”.



Apesar dos séculos que os separam, os ideais são os mesmos. Camões e Pessoa aspiram à renovação da Pátria, valorizando-a nos seus heróis, transmitindo ao mundo a sua crença num Portugal que ressurgirá das cinzas, pela força da sua Cultura e da sua Língua: o Quinto Império. A viagem marítima de Vasco da Gama é a viagem de um povo crescendo pelo mundo e pela História. Na “Mensagem” de Pessoa percorre um sopro patriótico que acorda os heróis adormecidos, para mais uma viagem, desta vez espiritual, que dissipará o nevoeiro que encobre D. Sebastião.

Camões e Pessoa, cantores de um amor comum: a Pátria, de olhos voltados para o mar, sempre o mar! Inquietação e glória, vozes de Velhos do Restelo e de Mostrengos e de Nevoeiros que traçam o perfil desta Pátria em crise.



Na Ilha dos Amores, “Cumpriu-se o mar”, mas o “Império se desfez” e os mares da nossa navegação continuam ensombrados pelos Adamastores, fantasmas de agora e de sempre. Ao longo dos tempos, o nevoeiro foi-se tornando cada vez mais denso e o Quinto Império cada vez mais distante!


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