a ler...
A Rapariga das Laranjas
A Rapariga das
Laranjas, obra escrita por Jostein Gaarder, é um livro pequeno, com capa
pouco apelativa e de conteúdo fascinante. Esta obra destaca-se pelo facto de
compreender um romance envolvente e uma profunda questão existencial que,
certamente, não deixa nenhum leitor indiferente. Jostein Gaarder, escritor e
filósofo norueguês, é também autor de O
Mundo de Sofia, livro mundialmente conhecido. Gaarder é reputado pelas suas
obras com mensagens e questões filosóficas de fácil compreensão, expressas em
contos, romances e histórias.
Queria
deixar-vos à imaginação a resposta a estas indagações, mas não sem antes
apresentar o meu lado. Na verdade, não consegui chegar a uma conclusão sem
antes pesar as duas opções.
No limiar da existência, seria ignorante de sentimentos,
experiências e opiniões, de modo a que ambos os lados me parecessem igualmente
aceitáveis, o que torna mais complicada a tomada de decisão. Mas deixemos isso
de parte.
Por outro lado, se eu fosse eu mesma (com tudo o que me
carateriza enquanto ser individual) seria “suspeita” em escolher um lado
apenas, visto que tenho pleno conhecimento da existência mas, da mesma forma, sou
completamente ignorante da inexistência. Quando um ser escolhe a inexistência,
escolhe fechar os olhos, escolhe não conhecer, não sentir, não ser e isso é impossível.
Um ser que é, não pode escolher não ser porque já o é, ou seja, se uma pessoa
escolhe ser ignorante à vida, é ignorante a tudo, logo, não pode encontrar
nenhum conforto em não existir. Não seria uma opção ou escolha, seria um nada.
E, convenhamos, optar por não ser é covardia e nenhuma pessoa certamente
gostaria de ser chamado covarde. Para mim, o ponto principal é a coragem. Entre
optarmos por lutar por algo que sabemos que iremos perder e não lutar de todo
por medo da perda, a coragem é o que irá decidir. Portanto, posso dizer que
elegeria a existência. Mesmo que a vida seja muito saborosa, mas pese apenas um
miligrama, escolheria provar. Embora não tivesse uma noção exata do sabor e este
desaparecesse da minha boca em questão de segundos, ainda assim eu tinha tido a
experiência do provar. Escolher não viver pelo simples facto de não sabermos
exatamente quando será o fim da aventura e o que deixaríamos para trás, seria
não chegar a provar de todo.
Figura 2 – A rapariga das laranjas [disponível na BECP] |
A Rapariga das
Laranjas, em apenas 123 páginas e algumas horas, levou-me a meditar sobre
os meus 16 anos, por isso, recomendo intensa e vigorosamente a leitura do mesmo
uma vez que não se dirige a uma classe ou idade específicas mas ao ser humano
como um todo.
Ghyovana Carvalho,
11ºLH2