a
propósito do dia do esperanto [15 de dezembro]
"A ideia interna do Esperanto é, sobre um fundamento
linguístico neutro, derrubar os muros entre os povos e
acostumar os homens a ver no seu próximo apenas um
ser humano e um irmão"
L.L.Zamenhof, 1912]
A 15 de dezembro de 1859, em de Bialystok, nascia Ludwik
Lejzer Zamenhof, e é nesta data que celebramos a sua maior obra - uma autêntica
proposta de paz. Para muitos, este nome é desconhecido, contudo, o
oftalmologista e filólogo polaco deu à Humanidade uma ideia inovadora, capaz de
trazer a igualdade e a paz há muito desejadas. Na sua região, coabitavam
indivíduos de várias etnias que brigavam frequentemente; acreditando que os
conflitos tinham como causa a falta de compreensão mútua, por serem faladas
línguas diferentes, o Dr. Zamenhof criou um idioma artificial, neutro e
igualitário - o ESPERANTO - cuja ideologia é tentadora.
|
Fig.1 - L.L. Zamenhof
|
O projeto de Zamenhof não ficou apenas em mente: o médico
deitou mãos à obra, e explicou minuciosamente as regras gramaticais e
vocabulares da língua em dois livros, escritos em 1887. Zamenhof tinha antes
passado vários anos a estudar outros idiomas, incluindo línguas asiáticas, de
onde o Esperanto herdou o sistema numérico, e o iídiche, dado que era judeu.
Por esse motivo, o Esperanto vai buscar as raízes vocabulares a várias línguas.
O idioma aprende-se rapidamente, já que todas as palavras se leem tal como se
escrevem e a sua gramática é bastante regular (e isso facilita não só a
aprendizagem da própria língua, bem como a compreensão de paradigmas
gramaticais que serão úteis na aprendizagem de outras línguas). Outro exemplo
da simplicidade da língua é que, ao olharmos para a última letra da palavra, já
sabemos a sua classe morfológica (todos os nomes acabam em -o, todos os
adjetivos em -a, etc.) Para os corajosos que aceitarem o desafio, poderão
inscrever-se gratuitamente no site
lernu.net e aprender Esperanto online.
|
Fig.2 - A bandeira do Esperanto
|
Talvez o Esperanto seja o pesadelo dos professores de
Inglês. Vários fatores permitiram que a língua cool e cheia de swag
(LOL!) se tornasse a atual língua franca, porém, os estudiosos defendem que
dentro de algumas décadas ''todos'' falarão mandarim. Se o nosso coração já não
baterá quando o arroz for, nas segundas línguas , '' 饭 '' (fan) e não ''rice'' (confesso que sou grande ''fan'' de arroz!),
o que nos interessa discutir sobre a língua em que os nossos bisnetos pedirão
informações turísticas? Possivelmente, não importa especular acerca de um
futuro longínquo, mas sobre a necessidade de melhorar o presente. Atualmente, o
Esperanto mostra-se a língua justa a concorrer ao papel de Língua Global. Vejamos:
não nos sentiremos inferiores quando, ao falar com um amigo anglófono, não
compreendemos algumas palavras elaboradas que ele conhece apenas por
pertencerem à sua língua materna? Mais simples que o Inglês (e, sobretudo, que
o Mandarim!), o Esperanto promove ainda a igualdade e neutralidade entre os
dialogantes, já que todos o aprendem nas mesmas circunstâncias.
Acredito verdadeiramente que este ideal não é dono de uma
insustentável leveza, que não é uma utopia ou uma ideologia impraticável.
Zamenhof deu ao mundo a mais bem conseguida fórmula para alcançar a paz, a
justiça e a igualdade entre os povos. Cabe-nos a nós continuar este caminho de
Esperança.
Ana Margarida Simões, 12ºLH
Lista
de referências bibliográficas:
Lernu!. (s/d).Sobre o Esperanto. Disponível em:
http://pt.lernu.net/enkonduko/pri_esperanto/kio.phpOmniglot - the language encyclopedia. (s/d). Esperanto. Disponível em:
http://www.omniglot.com/writing/esperanto.htm