a insustentável leveza dos ideais

… o voluntariado é o amor em movimento


No dia 5 de dezembro de 1985 foi proclamado pelas Nações Unidas o Dia Internacional do Voluntariado com o objetivo incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo mundo.
Ser voluntário é fazer algo por livre vontade, algo que se quer fazer de forma totalmente gratuita. Num mundo cada vez mais marcado por uma mentalidade calculista, interrogamo-nos sobre o que levará alguém a querer prestar um serviço, sabendo que não irá ter qualquer remuneração ou compensação em troca. É importante ouvir o testemunho daqueles que fazem essa experiência e a partilham porque a grande gratificação que se recebe consiste na vivência interior de emoções e sentimentos que elevam quem se lança na aventura de dar algo de si aos outros…

No passado fim-de-semana foram vários os alunos da Escola Secundária Lima-de – Faria que participaram na Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome. 



Poderiam ter dedicado mais tempo ao estudo, porque até tinham testes na 2ª feira, poderiam ter ido passear com os amigos ou poderiam ter ficado simplesmente em casa, enterrados no sofá a degustar bolachas e a consumir séries televisivas, mas não, preferiram dar algumas horas do seu tempo a uma causa e fizeram parte dos 42 mil voluntários que recolheram 2.325 toneladas de alimentos que irão ser distribuídos a 2.400 instituições de solidariedade social, ajudando assim cerca de 425 mil pessoas com carências alimentares comprovadas. Quando os ouvimos falar da experiência que viveram, o entusiasmo com que falam revela bem como valeu a pena terem-se desinstalado das suas rotinas e terem dado o seu contributo a este grande movimento de solidariedade que faz chegar aos mais necessitados bens essenciais. E é com um brilho no olhar que contam comovidos a história de uma senhora que pediu dez sacos de plástico porque tinha muitos enlatados para lhes dar… “aproveitou uma promoção e comprou já a pensar em entregar ao Banco Alimentar”! Também contam comovidos que um senhor com aspeto humilde lhes pediu desculpa por dar pouquinho… E contam ainda que havia quem agradecesse a oportunidade que lhes davam de ajudar… Também dizem que houve quem os ignorasse, ou lhes dissesse que não queria contribuir, mas que, mesmo assim, procuravam responder com simpatia para que todos entendessem que a causa era justa!

“Sabe, professora!” - disse-me uma das voluntárias deste fim de semana,  - “só de pensar que, graças a esta campanha, há muitas famílias pobres  que vão ter comida na mesa, fico tão comovida!”
Estas palavras traduzem bem qual é a grande gratificação que se recebe por uma ação de voluntariado, é este bem-estar interior e este sentimento de autorrealização por nos sentirmos participantes na construção de um mundo mais justo e mais fraterno…

É com algum orgulho que a atual escola secundária Lima-de-Faria apresenta o Selo de Escola Voluntária, distinção atribuída pelos Ministérios da Educação e Ciência e da Solidariedade e da Segurança Social em reconhecimento do trabalho que a escola tem vindo a desenvolver no âmbito da promoção dos valores do voluntariado, cidadania e solidariedade em meio escolar. Este selo é para nós, enquanto comunidade educativa, motivo de orgulho, sim, mas também uma grande responsabilidade, pois significa que teremos que continuar a ser capazes de, sem esmorecimento, privilegiar esta dimensão da formação dos nossos alunos para que, de acordo com o Projeto Educativo, possamos “Formar cidadãos com sentido de responsabilidade ética, política e social…” (Objetivo estratégico de intervenção B.5.1. do Projeto Educativo 2013-2017).

Como para se ser voluntário é preciso ter espírito de iniciativa, aconselho o visionamento deste vídeo. Vejam como o exemplo arrasta!

Manuela Miranda

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