um conto por dia...

... nem sabe o bem que lhe fazia!

       O conto é uma narrativa de curta dimensão, cuja ação nos prende pela precipitação rápida para o final, normalmente inesperado. E, por ser conciso, facilmente nos envolve na trama em que enreda as personagens, sem grandes dispersões de espaço ou tempo e centrando-se na mensagem que nos quer transmitir.




Jean -Charles, Amor de Calções - um conto perdido na teoria do conto e a fazer emergir pai e filho em tensão entre o amor e a liberdade de quem se quer a voar ninho fora, julgando-se de asas inquebráveis. De permeio, estórias de humor entre o doce e o amargo traçam mais fundo o perfil da personagem que nenhuma teoria ajuda a entender.


     «Uma vez, um novo aluno nosso veio cá a casa. Ao jantar, a Inês quis saber das minhas impressões. Muito tímido – disse eu. O Miguel interjetou: Claro! Vem aí assim de repente, sem ter ideia de nada, e apanha com o pai sem anestesia!
     Sei lá. Estou a recordar-me de outra ocasião em que, de visita cá em casa, um colega revelou que, para debelar a crise da meia-idade desopilando um pouco a acelerar na estrada, comprara uma Harley Davidson. O Miguel aproveitou-se: Devíamos oferecer-te uma. Curioso, perguntei:Para quê? Então explicou: Para descontraíres, dares oportunidade total de expansão ao teu outro eu.
       – E qual é ele?
       – O amável, gentil.
       Nem sempre era eu o alvo. Começou muito cedo a ler a Time Magazine e fazia-o quase de ponta a ponta. Era uma reportagem sobre Clint Eastwood. Passei por ele, olhei a revista, dei-lhe um beijinho e disse-lhe: Nem Clint Eastwood seria para ti um melhor pai do que eu.Ele: Claro! E saltando do sofá imitando o sacar da pistola à cintura como um cowboy em acção:Se não comes os cereais, Pum! Pum! Pum!»

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