um conto por dia...
... nem sabe o bem que lhe fazia!
O conto é uma narrativa de curta dimensão, cuja ação nos prende pela precipitação rápida para o final, normalmente inesperado. E, por ser conciso, facilmente nos envolve na trama em que enreda as personagens, sem grandes dispersões de espaço ou tempo e centrando-se na mensagem que nos quer transmitir.
«Mas a meio caminho voltou para trás, direita ao mar. Paulo ficou de pé
no areal, a vê-la correr: primeiro chapinhando na escuma rasa e depois contra
as ondas, às arrancadas, saltando e sacudindo os braços, como se o corpo, toda
ela, risse.
Uma
vaga mais forte desfez-se ao correr da praia, cobriu na areia os sinais das
aves marinhas, arrastou alforrecas abandonadas pela maré. Eram muitas, tantas
como Paulo não vira até então, espaçadas e sem vida ao longo do areal. O vento
áspero curtira-lhes os corpos, passara sobre elas, carregado de areia e de
salitre, varrendo a costa contra as dunas, sem deixar por ali vestígios de
pegada ou restos de alga seca que lhe resistissem.»
«Marcaste o despertador»
«Hã?»
«O despertador, Quim. Para
que horas o puseste?»
Em Uma simples flor nos teus cabelos claros, José Cardoso Pires traz-nos o desencontro de mundos no quotidiano de um casal marcado pelo marasmo dos dias, pela distância no relacionamento e pelo refúgio num romance lido, em busca do equilíbrio entre o real e o ideal.
Para ler ou ouvir, aceda aqui.
BOAS FÉRIAS e boas leituras!
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