um conto por dia...
... nem sabe o bem que lhe fazia!
O conto é uma narrativa de curta dimensão, cuja ação nos prende pela precipitação rápida para o final, normalmente inesperado. E, por ser conciso, facilmente nos envolve na trama em que enreda as personagens, sem grandes dispersões de espaço ou tempo e centrando-se na mensagem que nos quer transmitir.
«E
o problema não era só isso não acontecer — não era, não — o problema, o grande
problema quando amamos alguém, é que só essa pessoa nos pode dar o que
queremos. E quando amamos alguém o que dela queremos é amor, do mesmo modo que
quando vamos à farmácia queremos medicamentos. E houvesse um que nos fizesse
esquecer quem amamos e não nos ama e aqui vos juro que o tomaria todo. As
caixas que houvesse. Mas não havia. Nunca houve. Cheguei a dizer-lhe “Temos 50
por cento para isto dar certo. São os meus 50 por cento”. Mas não havia forma
de ela me dar percentagem, de negociarmos de algum modo um aumento, como tantas
vezes fazem os líderes sindicais. O Arménio Carlos resolveria isto num tomo,
mas eu não sou o arménio Carlos e duvido bem que a CGTP me pudesse ajudar. Até
que um dia ela me disse “Ouve, o
problema não és tu. É ela”. Vou repetir. O que ela disse foi: O problema não és
tu, é ela. E nesse preciso instante,
abriu o telemóvel que trazia na mão e virando o visor para mim mostrou-me quem
ela era...»
Amo-te para sempre é uma história de amor que
muitos dizem ser autobiográfica. Um conto que finta o amor e o transforma em
definitivo. Um conto onde a força do amor tolda a razão, fala mais alto do que as consequências, precipita, irremediavelmente, as atitudes...
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