um conto por dia...

... nem sabe o bem que lhe fazia!

       O conto é uma narrativa de curta dimensão, cuja ação nos prende pela precipitação rápida para o final, normalmente inesperado. E, por ser conciso, facilmente nos envolve na trama em que enreda as personagens, sem grandes dispersões de espaço ou tempo e centrando-se na mensagem que nos quer transmitir.




       Revisitando Eça de Queirós, sugerimos a leitura de Adão e Eva no Paraíso.

«Adão, Pai dos Homens, foi criado no dia 28 de Outubro, às duas horas da tarde...»

     É assim que o narrador do conto Adão e Eva no Paraíso procede ao relato da sublime aventura de um «certo Ser [que], desprendendo lentamente a garra do galho de árvore onde se empoleirara toda essa manhã de longos séculos, escorregou pelo tronco comido de hera, pousou as duas patas no solo que o musgo afofava, sobre as duas patas se firmou com esforçada energia, e ficou erecto, e alargou os braços livres, e lançou um passo forte, e sentiu a sua dissemelhança da Animalidade, e concebeu o deslumbrado pensamento de que era, e verdadeiramente foi! Deus, que o amparara, nesse instante o criou. E vivo, da vida superior, descido da inconsciência da árvore, Adão caminhou para o Paraíso.»
     Caminhando por jornadas diversas de experiências e aprendizagem, vai desbravando a floresta do Conhecimento. São lutas, obstáculos, desafios que gradualmente o obrigam a reagir e a adaptar-se ao meio hostil, ao mesmo tempo que lhe vão solidificando a confiança em si próprio e lhe revelam a Sabedoria.
     Mas não caminha sozinho. No seu percurso, é acompanhado por Eva, «nossa Mãe venerável», consoladora, generosa, maternal, mas também persistente e sábia, e é ela «que cimenta e bate as grandes pedras angulares na construção da Humanidade»...

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Boas férias e boas leituras!

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